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Frutos de Abdias

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17/07/2021

Projeto Frutos de Abdias destaca personalidades negras de GV

Reconhecer e dar visibilidade ao trabalho de pessoas negras são ferramentas importantes no combate ao racismo estrutural, que assola o Brasil há séculos. E é cada vez maior o número de projetos que buscam preencher as lacunas de nossa História, em relação à contribuição dos negros no desenvolvimento da nação. Ao mesmo tempo, esses projetos ressaltam o empenho das pessoas que, na atualidade, fazem a diferença para todos nós. Entre esses trabalhos temos o “Frutos de Abdias”, projeto valadarense que está documentando as histórias de quatro personalidades negras da cidade.

O título homenageia e convida a refletirmos sobre a vida do ator, político e ativista de direitos civis e humanos, Abdias do Nascimento. Para a produção do documentário foram escolhidos quatro pilares de atuação de Abdias: política, arte, espiritualidade e igualdade social. A idealizadora do projeto, a atriz e produtora cultural Raiane Lucrécia, lembra que a vida de Nascimento foi marcada por muita luta e resistência, sendo referência para todos nós. “A definição dos pilares não limita a fala de cada personagem do documentário. Afinal, o trabalho desenvolvido por cada um deles, assim como Abdias, tem grande repercussão em várias áreas sociais. A definição dos pilares se deu pela importância dos mesmos, que ainda sustentam a nossa luta”, lembra Lucrécia.

Entre os quatro convidados para o projeto está a bacharela em Direito, analista de projetos e militante negra, Fernanda Aparecida, que desde a juventude atua junto a movimentos sociais e populares. Aparecida começou no trabalho das comunidades de base, junto à Pastoral da Juventude da Igreja Católica.

Hoje, ela atua em projetos ligados às minorias, organizando e mobilizando coletivos em busca de justiça social. “Ser escolhida para participar do projeto foi um misto de alegria e de grande responsabilidade, pela referência que a gente vai se tornando na caminhada e que, às vezes, não nos damos conta”, diz Aparecida.

Além de Fernanda, o documentário aborda ainda a história de vida e trabalho da atriz e fundadora da Cia de Teatro Asas do Invento, Nazza Amaral; a vereadora e idealizadora do Coletivo Encrespa, Gilsa Santos; e o diretor do Departamento de Políticas Públicas para a Juventude e Igualdade Racial de GV, Antônio Alves. Para Aparecida, o projeto ressalta a importância de iniciativas protagonizadas pelas juventudes. “Trabalhos como estes são potentes e auxiliam no rompimento do silêncio histórico imposto aos negros, em especial às mulheres negras. A proposta de Raiane é um instrumento importante para o registro de nossa História”, destaca Aparecida.

O projeto do Ponto de Cultura Katarriso, Frutos de Abdias conta com a idealizadora Raiane Lucrécia na coordenação geral e uma equipe técnica composta pelos diretores de imagem e fotografia, Yago Rioga e Glaycon Cristian e só foi possível sua realização com recursos da Lei Emergencial da Cultural - Lei Aldir Blanc, através de edital da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.

 “O acesso a recursos, como o da Lei Aldir Blanc, é fundamental para que os artistas independentes possam executar seus projetos. Para nós, todo o processo tem sido uma grande aprendizagem. Valadares tem profissionais muito competentes e o fomento ao nosso trabalho, além de movimentar a economia, tem mostrado que é uma ferramenta de transformação social muito importante”, finaliza a atriz.

Racismo Estrutural

É a discriminação racial enraizada em nossa sociedade, sendo resultado de séculos de escravização e inferiorização de indígenas e negros, aliado à falta de políticas e ações, nos setores públicos e privados, que busquem melhorar a condição de vida desses grupos sociais. O racismo estrutural vai além dos atos discriminatórios, como agredir alguém por conta da cor de sua pele. Ele representa um processo histórico onde condições de desvantagens e privilégios, a determinados grupos étnico-raciais, estão sempre sendo reproduzidos em nossa sociedade, em diferentes áreas, como no campo político, econômico, jurídico, cultural e até mesmo nas relações cotidianas e familiares.

Abdias do Nascimento

Além de ator, político e ativista, também foi poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico e professor universitário. Nasceu em 1914 em Franca (SP), sendo neto de africanos escravizados.
Formou-se em Economia na Universidade do Rio de Janeiro, em 1938. Em 1944, criou o Teatro Experimental do Negro e, durante toda a vida, esteve à frente de inúmeras iniciativas e entidades, como o Museu da Arte Negra, o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros e o Movimento Negro Unificado. Na Ditadura Militar foi obrigado a ficar exilado e atuou como professor universitário nos Estados Unidos e na Nigéria. Ao voltar do exílio, ingressou na vida política e foi deputado federal e senador. Recebeu inúmeros prêmios e foi indicado ao Nobel da Paz, em 2010. Morreu aos 97 anos, em 2011, deixando um legado para o Brasil e para o mundo.

 

ODS QUE CONTRIBUI

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Assista ao Documentário
 
 
 
IMPACTO SOCIAL
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15

 

Geração de
Trabalho e Renda

Público atingido

234

 

Atualização - 17/07/2021

Documentário que destaca personalidades negras de GV é lançado em plataformas digitais

O documentário valadarense “Frutos de Abdias” homenageia e convida a refletirmos sobre a trajetória do ator, político e ativista de direitos civis e humanos, Abdias do Nascimento. O título destaca o trabalho e a contribuição de pessoas negras no desenvolvimento da nossa nação e que fazem diferença para todos nós ainda na atualidade. O intuito do projeto é dar visibilidade a estas figuras e também combater o racismo estrutural.

 

Foram escolhidos quatro pilares de atuação para a produção do documentário: política, arte, espiritualidade e igualdade social. A escolha foi baseada na história de Abdias, mas que ainda representam e sustentam a luta vivenciada nos tempos de hoje pelos negros.

 

Para abordar estes pilares, foram convidados quatro personalidades negras valadarenses: Fernanda Aparecida, bacharela em Direito, analista de projetos e militante; Nazza Amaral, atriz e fundadora da Cia de Teatro Asas do Invento; Gilsa Santos, vereadora e idealizadora do Coletivo Encrespa e Antônio Alves, diretor do Departamento de Políticas Públicas para a Juventude e Igualdade Racial de GV. Todos eles atuam com projetos ligados a direitos ou igualdade racial.

 

Segundo Raiane Lucrécia, idealizadora e coordenadora do projeto, atriz e ativista, a motivação pela produção do título veio por entender a necessidade de dar visibilidade às lutas enfrentadas ainda hoje e também para contribuir com o fim do racismo.

“Esse projeto é a síntese de como o racismo nos atravessa enquanto pessoas negras e também de como nós lidamos com ele individual e coletivamente, fazendo uma projeção para onde podemos e queremos ir. O documentário mostra alguns dos frutos de Abdias, pessoas que de várias formas contribuem para que a luta não só dele mas como de outros ativistas não tenha sido em vão. Um dia eles darão novas sementes e o ciclo natural da vida irá continuar até  que possamos viver livres dos danos que a escravidão nos deixou”, pontuou.

 

O projeto faz parte das ações realizadas pelo Ponto de Cultura Katarriso, e além da coordenação da Raiane, conta também com a participação da equipe técnica composta pelos diretores de imagem e fotografia, Yago Rioga e Glaycon Cristian. A sua produção se dá pelo apoio e incentivo dos recursos recebidos pelo Ponto de Cultura por meio da Lei Emergencial da Cultural - Lei Aldir Blanc, através de edital da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.

Aos interessados, o conteúdo já pode ser acessado pelo site: www.pontodeculturakatarriso.com .br ou pelo canal do Youtube da idealizadora do projeto, Raiane Lucrécia.

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